Meu bebê está com a cabeça torta. O que é isso?

Olá, pessoal! Hoje vou falar sobre um assunto que pode deixar os pais bastante preocupados. Muitas vezes podem ser surpreendidos ao notar a cabeça do bebê um pouco torta e pensar que isso pode ser um problema grave. O objetivo deste informativo é trazer mais conhecimento para pais e mães e, com isso, mais tranquilidade na condução desses casos.

O crânio infantil é composto por delicadas placas ósseas que articulam entre si por meio de articulações chamadas suturas.

As suturas são articulações classificadas como fibrosas e são encontradas apenas no nosso crânio. Elas têm uma mobilidade muito mais restrita em relação às outras articulações mais conhecidas como, por exemplo, a articulação do ombro. Entretanto essa mobilidade é mais que o suficiente para atingir o objetivo desejado. Com essa mobilidade, é possível deformar o crânio do bebê de forma temporária para a passagem pelo canal do parto e também permitir o crescimento cerebral que quadruplica de volume nos primeiros dois anos de vida.

É importante ainda falar sobre a fontanela anterior. Esta estrutura é também conhecida como “moleira” e trata-se de uma área onde não há a cobertura óssea e por isso é um ponto de maior fragilidade na cabeça do bebê.

Agora vamos ao assunto principal. Gostaria de falar um pouco sobre as deformidades posicionais que, como o próprio nome diz, são deformidades associadas ao posicionamento do bebê.

Como isso acontece?

Atualmente, os pediatras recomendam que os bebês durmam na posição com a barriga voltada para cima para prevenção da síndrome de morte súbita infantil. Essa recomendação deve ser seguida!

Ao deixar o bebê muito tempo nessa posição, a pressão que a cama exerce sobre o crânio do bebê pode provocar a deformidade. A capacidade do bebê de sustentar a própria cabeça normalmente é adquirida até os cinco meses de vida, isso auxilia a evitar as deformidades posicionais já que irá permanecer menos tempo com a cabeça apoiada na cama.

As deformidades posicionais podem ser chamadas de plagiocefalia e braquicefalia posicionais a depender da forma que a deformidade se apresenta durante a avaliação.

A boa notícia é que essas deformidades não provocam nenhum dano ao cérebro do bebê e os tratamentos têm fins estéticos e resultados muito bons.

Os tratamentos se baseiam em terapia de reposicionamento (diminuir o tempo do bebê na posição viciosa), fisioterapia e o uso do capacete. A indicação de cada uma dessas modalidades de tratamento irá variar conforme o grau da deformidade e a idade do paciente.

Essas deformidades posicionais não podem ser confundidas com craniossinostoses, que são doenças que exigem um tratamento cirúrgico. Por isso, a principal recomendação que deixo para vocês é que todas as crianças com deformidades cranianas devem ser encaminhadas e avaliadas pelo neurocirurgião.

Espero ter ajudado vocês a entender mais sobre as deformidades posicionais. Dúvidas podem ser enviadas para o e-mail contato@emmanuelneuro.com.

Obrigado!